Um caminho entre arbustos levará a uma clareira onde uma larga ponte se projeta sobre um rasgo profundo aberto na terra, simbolizando a violência da guerra. Nas paredes deste abismo se escreverá em grandes números vermelhos: 1939 – 1945. Para atravessá-lo, há uma ponte de concreto com lâmpadas iluminando o piso. Nela aparecerão embutidos pedaços de trilho; à medida que se avançar, os trilhos se completarão. E a ponte irá se estreitando, de modo que o visitante chegará ao final da ponte sozinho.
Ultrapassada a ponte se está em frente aos muros de concreto que constituem a parte central do Monumento. O piso será constituído de dormentes de trem e os muros estarão ligeiramente inclinados para dentro. Do topo do primeiro muro escorrerá um véu de água que, antes de chegar ao solo se transformará em gotas caindo num lago de lágrimas. Em frente aos muros um cubo de cristal conterá a luz eterna de uma lamparina.
Sobre o muro de entrada estará escrita a frase do Deuteronômio que enaltece a importância da vida sobre a morte. Este é o tema deste Monumento, pois se pretende que nele a memória do visitante vá do luto pelos mortos queridos para o enaltecimento da vida. As samambaias que nascem dos muros, o musgo que viceja entre dormentes e muros, a vista para a paisagem natural que por três vezes se abre entre os muros, serão elementos que testemunharão a presença constante da vida. Os muros de concreto receberão os nomes de todas as vítimas do Holocausto cujos parentes vivem em São Paulo ou no Brasil. Seixos brancos poderão ser retirados de urnas de concreto e colocados sobre lápides de granito preto fixadas nos muros, testemunhando a visita. Nos muros externos do Monumento estarão gravados com inclinações e sombras produzidas pela palavra hebraica que expressa “vida” (chai), em criação da artista Regina Silveira.
À saída do circuito entre muros encontra-se novamente o tema da água, porém através de um vigoroso e afirmativo jato vertical.